quinta-feira, 25 de agosto de 2011

VALORES



Como educar nossos filhos para se tornarem adultos com valores que façam a diferença e assim contribuir para um mundo melhor?

Meu filho, que hoje tem oito anos, mudou de escola este ano, e até então, na escola antiga que esteve desde bebê, conviveu sempre muito bem com as diferenças. O preconceito fora muito bem trabalhado pelas professoras e demos continuidade em casa.

Dias desses, ele chegou em casa e disse: “Mãe, o Bruno* disse que a Júlia* era cor de chocolate quente e ficou rindo dela. Eu achei muito feio, mas também engraçado!”

Fiquei um pouco frustrada com o fato de ele ter achado graça de uma situação tão triste como essa, mas sem fazer dramas fui logo conversando com ele e terminei o nosso papo com a certeza de que ele entendera o preconceito que a amiguinha havia sofrido.

O preconceito é algo que está sempre presente e muitas vezes nem notamos. Não falo só de cor, raça, sexo, classe social, que são mais visíveis. Falo do preconceito velado, que fica subentendido.

Às vezes discriminamos a comida, as roupas, as atitudes das pessoas, e classificamos como feio ou bonito, sem nos darmos conta que estamos dando exemplos claros para nossos filhos seguirem,

A criança envolve-se com as atitudes e não somente com as palavras dos pais.
Tente mostrar ao seu filho como as pessoas são diferentes umas das outras e isso não fará ninguém gostar mais ou menos da outra pessoa. Uma tem cabelo comprido, outra crespo, outro liso, um usa óculos, outro gosta de matemática.

Mas, cuidado, não devemos cair nos extremos e achar que todo mundo é igual, porque não é. É só deixar claro que as diferenças não tornam uma pessoa melhor do que a outra.
 
Compreendendo e respeitando a diversidade, seu filho aprenderá a COMPAIXÃO, e provavelmente numa situação gerada por preconceito, terá discernimento para entender e coragem para intervir

PERGUNTAS & RESPOSTAS


Estou no quarto mês de gestação de nosso primeiro filho e notei que meu marido está com receio de ter relações sexuais, pois diz que pode me machucar. Isso é normal? O que posso fazer para ajudá-lo?

Cristiane – Florianópolis

Este comportamento “evitativo” é comum e esperado. Geralmente os homens temem machucar o bebê, porque além de ser uma situação completamente nova e que desperta muitas fantasias, há uma mudança na imagem da mulher. Agora ela é vista como mãe, e a sua sexualidade então, é deixada de lado. Neste momento o prazer é transferido pra maternidade. Converse com seu marido, esclareça todas as suas dúvidas e assegure que não há perigo  (salvo em casos especiais observados pelo seu médico) em ter relações sexuais.

 
Desde que engravidei de meu segundo filho, meu primogênito de três anos apresenta um comportamento estranho ao ponto de bater em minha barriga. Não sei como devo reagir a esses ataques. Por favor, me ajude.

Flávia- São José

Flávia, tenha muita paciência e calma com seu filho. Ele está reagindo a uma situação nova e ameaçadora pra ele. Peça a ele que fale sobre o que pensa sobre a chegada do irmãozinho, deixe-o  expressar seus medos e fantasias. Mostre a importância dele na família, ressalte suas características positivas e assegure o seu lugar no meio familiar. Mas, não deixe  agredir você. Se isso acontecer, segure suas mãos com firmeza, abaixe-se até a sua altura e diga a ele que não faça mais isso. Faça isso com firmeza. E não desista, pois talvez terá que repetir esse comportamento muitas vezes.

Meu bebê está completando três meses e desde que ele nasceu não consigo parar de chorar. Às vezes, me dá até vontade de fugir. Isso é normal?

Lúcia – Biguaçu

Lúcia, se você já passou pelo “blues puerperal”, que é uma depressão esperada logo após o parto e dura em média 30 dias, isso não pode ser considerado normal.  Você precisa ser amparada e acolhida neste momento tão importante da sua vida. Procure ajuda de um profissional, que poderá ser um psicoterapeuta ou psiquiatra.

Estou grávida de 8 meses, ou seja, no final da gravidez e estou me sentindo gorda, feia e muito triste por isso, pois sempre cuidei do meu corpo. Tenho medo de não voltar ao normal. Não queria sentir isso.

Carla A. – São José - SC


" Não é à toa que a gravidez é considerada por muitos autores como uma fase crítica, de mudanças não só físicas, mas emocionais. É um momento de transição, onde muitas vezes a mulher não consegue mais se reconhecer naquele corpo e naquela situação. Frases do tipo:" às vezes nem acredito que estou grávida!" "Parece um sonho!", realmente são sentidas como verdadeiras. E realmente a vida tomará outro sentido e não será mais a mesma de antes. E quero deixar claro que esse comentário não tem valor do tipo melhor ou pior, apenas será diferente.
Tente se acalmar e viver positivamente essa fase. Se você sempre se cuidou, não tenha dúvidas de que esse comportamento voltará assim que a novidade do nascimento do bebê passar. Após o parto, essa insegurança e esse medo de não voltar ao corpo de antes poderá continuar, até porque os cuidados agora estão voltados para o bebê, é ele quem necessita de atenção neste primeiro momento.
À medida que o tempo passar, a segurança e a autoestima tendem a voltar, e não só os cuidados com o seu corpo, mas a sua vida de uma maneira geral voltará ao normal."

OLÁ MAMÃES E FUTURAS MAMÃES!



A partir de agora, eu, Ana Cláudia Vitorello Albertoni,  psicóloga,  terei um canal de comunicação direto com vocês. Neste espaço, vocês poderão esclarecer suas dúvidas, comentar, criticar e também dar sugestões. Queremos desmistificar as questões emocionais durante a gravidez, época de muitas dúvidas e temores, para que todos possam acolher o bebê que está por vir da melhor forma possível. Não tenham receio de procurar ajuda.

Escreva para pergunteapsicologa@maternofetal.com.br. Caso queira, preservaremos sua identidade para evitar qualquer exposição.

Teremos o maior prazer em responder a sua dúvida.

Um abraço!
Ana Cláudia